A arte rupestre ainda é um
autêntico mistério estético que continua a causar discussões e interesse
cinentífico na busca de respostas a dúvidas que se mantiveram durante mais de
160 anos em volta dos homens do Neandertal.
Seriam estes homens pintores ou
não?
Foi possível, ser datada gravuras rupestres
pintadas em cavernas em Espanha, descobertas por um grupo de cientistas que
afirmam que os neandertais eram pintores. As representações feitas em cavernas
espanholas são mais antigas do que os homens modernos, pois estas foram datadas
por meios tecnológicos modernos demonstrando que os humanos deste período
histórico fizeram pinturas com mais de 65 mil anos. O arqueologo português João
Zilhão e os seus colegas cintentistas (D. L. Hoffmann, C. D.
Standish, M. García-Diez, P. B.
Pettitt, J. A. Milton, J. J. Alcolea-González) afirmam numa revista
científica ”Science” de 23 de Fevereiro de 2018, que estes homens podem ter
sidos os primeiros criadores de arte.
“Sugeriu-se que
Neandertals, bem como humanos modernos, possam ter pintado
cavernas. Hoffmann et
al. usou namoro de urânio-tório de crostas de carbonato para
mostrar que as pinturas rupestres de três sites diferentes na Espanha devem ter
mais de 64.000 anos. Essas pinturas são as pinturas rupestres antigas mais
antigas do mundo. Importante, eles são antes da chegada dos humanos
modernos na Europa em pelo menos 20.000 anos, o que sugere que eles devem ser
de origem Neandertal. A arte das cavernas compreende principalmente
pinturas vermelhas e pretas e inclui representações de vários animais, sinais
lineares, formas geométricas, estêncis de mão e impressões de mão. Assim,
Neandertals possuía um comportamento simbólico muito mais rico do que se
supunha anteriormente."
“A extensão e a natureza do
comportamento simbólico entre Neandertals são obscuras. Embora a evidência
para a ornamentação do corpo de Neandertal tenha sido proposta, todas as
pinturas rupestres foram atribuídas aos humanos modernos. Aqui
apresentamos resultados de namoro para três sites na Espanha que mostram que a
arte da caverna surgiu na Iberia, substancialmente mais cedo do que se pensava
anteriormente. As datas de urânio-tório (U-Th) sobre as coxas de carbonato
que cobrem pinturas fornecem idades mínimas para um motivo linear vermelho em
La Pasiega (Cantabria), um estêncil de mão em Maltravieso (Extremadura) e
espeleotemas pintados de vermelho em Ardales (Andaluzia). Coletivamente,
esses resultados mostram que a arte das cavernas na Ibéria é superior a 64,8
mil anos (ka). Esta arte das cavernas é a data mais antiga até agora e
antecede, pelo menos, 20 ka, a chegada dos humanos modernos na Europa, o que
implica a autoria de Neandertal.”
Sobre este tema, nada tenho a
falar de São Tomé e Príncipe, pois as nossas
ilhas cientificamente estão provadas até então pela história que nelas não
existiram quais ver vestígios de presença humana até aos seus descobrimentos
por João de Santarém e Pero Escobar e seu povoamento com o mandatário D’el Rei
o João de Paiva.
O interesse
em aprofundar os conhecimentos sobre a pintura rupestre é meramente estético e
filosófico.
A necessidade
que muitos de nós artistas em sabermos mais sobre a origem dos nossos
ancestrais leva-nos à busca de vestígios que passam obrigatoriamente pela arte
primitiva. Eu abordo muitos dos artistas santomenses sobre o grafismo e a
iconografia primitiva presente nos seus trabalhos e as suas fundamentações
remetem para a representação mais pura dos aristas primitivos africanos ou
aristas ingénuos de períodos mais recentes que continuam a desenharem ou
decorarem os seus objectos funcionais ou estéticos com os sinais pictóricos
primitivos.
Se a
tendência empírica é a busca desses sinais, então, porque não ir a busca de
conhecimento que nos informa mais e melhor sobre a iconografia que
esteticamente a maior parte nos artistas utilizam sem saber o significado?
Saber mais
sobre o período Neandertal assim como os subsequentes é muito enriquecedor na
medida em que nos ajuda a fazer comparações com o que os nossos ancestrais
africanos da qual descendemos ainda representam. Não interessa desenvolver a
estética sem conhecer as razões dos elementos utilizados, pois um artista só
comunica melhor se souber o que faz. As obras de arte não são somente o
resultado do acaso. O acaso acontece durante o processo e este é repetitivo
para a obtenção dum determinado resultado. E saber o significado do elemento é
muito importante também para a obtenção do resultado pretendido.
Nas pinturas
de dois artistas que visitaram São Tomé e Príncipe tanto no tratamento das
superfícies pictóricas como na utilização de elementos simbólicos o Seynni
Gadiagá e o Jeferson Paz influenciaram muitos dos artistas locais. Durante as
formações oficinais que deram aos discípulos deixaram raízes desta estética na
pintura destes jovens artistas. Embora estas influencias e utilização de
elementos primitivos não sejam dos seus interesses pela arte rupestre que pouco
ou quase nada sabem sobre o assunto.
A utilização desses sinais
estéticos é transversal a maioria dos artistas do arquipélago do equador.
Armindo Lopes, Ayssata P. Costa, Cesaltino da Fonseca, Dio Lima, Edilson Chong,
Estanislau Neto, Ismael Sequeira, Litos Silva, Nezó, Olavo Amado, Osvaldo Reis,
René Tavares. Os artistas acima citados são os que mais próximos desenvolveram
trabalhos em que tanto no tratamento de superfícies pictóricas como na
utilização de símbolos estão dos pintores que se interessaram ou se interessam
por algum resultado da estética primitiva.
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