Nos princípios de setembro de 2016,
depois de chegar do trabalho, já em casa em frente ao meu computador, recebo
uma chamada internacional em que a operadora me informou que era do Brasil e se
tinha disponibilidade para o atender. Aceitei e logo me pus a falar com o Pedro
Cirne de Albuquerque que muito aflito procurava a todo o custo falar com o Ilídio Jordão e não
conseguia. Na verdade, a razão do telefonema era falar com este artista para
desenhar uma ilustração para o seu novo livro depois de ter sido recusado por
outros dois artistas santomenses.
Estava muito triste por não conseguir
nenhum ilustrador santomense para receber a encomenda de ilustração para este projeto
literário e o prazo apertava-se cada vez mais. E lamentava!
Eu, não conformado com a situação,
apresentei-me como artista plástico e não como gestor cultural como ele
supunha, para ajuda-lo de forma prática em ter uma ilustração da representação
santomense como o escritor gostaria de ter neste livro.
A conversa telefónica entre nós foi tão
frutífera que o Pedro acreditou com muito otimismo que finalmente o seu objetivo
finalizar o livro no prazo pretendido estava próximo.
Assim, num e-mail breve, enviou-me o
guião de ilustração:
“O roteiro é simples:
"Esta página trará uma vista aérea desta cidade. A ilustração deve ser
vertical; o modelo de página é este: o formato é 21cm x 28cm, com 0,5 de
sangria caso a imagem seja de página inteira, sem bordas.
Esta vista aérea deve ser inspirada nesta foto, que também está em anexo:
A casa azul clara que aparece no meio da foto deve ser desenhada como uma
porta e uma janela, em vez de apenas duas portas."
Terminei o desenho em dois dias,
digitalizei e fiz a entrega imediato por email o que surpreendeu o Pedro porque
só esperava recebê-lo depois dos cinco dias inicialmente previsto.
O que eu questiono é a razão pela qual
os dois artistas inicialmente abordados não aceitaram realizar o trabalho, num
país onde dificilmente se tem esta oportunidade? Até que o valor proposto para
o pagamento era muito apelativo e justo.
Gostaria de destacar a importância da
base de contactos dos artistas africanos, no site do projeto Artáfrica, onde o
Pedro procurou os artistas santomenses.
Com a minha predisposição para ajudar,
consegui um trabalho e um amigo de São Paulo, Brasil.