Inserido no programa da “Árica
Mostra-se 2013”, festival de cinema e cultura africana, o Integração URB.013 propôs
desenvolver um projecto de arte urbana em Lisboa, muito interessante, com os
artistas da Plataforma Cafuka, representados por Alex-Keller Fernandes,
Estanislau Neto, Ismaël Sequeira, José Chambel, Valdemar Dória e algumas artistas convidadas, tais como a
Mara Alves e as consagradas Manuela Jardim e Dília Samarth, desafiando-os(as) a
criar pinturas para encobrirem/revestir os troncos das árvores em todo seu
perímetro até uma altura de dois metros (ver a ilustração). Todas as árvores do
passeio central do quarteirão compunham a exposição urbana e era o exilibre artístico do “Africa
Mostra-se” que introduzia a exposição também instalada no interior do edifício
da Aliance Française de Lisboa.
Iniciaram este projecto com
uma visita à exposição de arte africana no Museu de Etnologia de Lisboa e a seguir
desenvolveram, no átrio deste edifício, um atelier de pintura dos panos a
partir de ícones da cultura africana tendo como referentes os objectos em
exposição nesta instituição.
Este atelier que mereceu a
atenção e a presença do Professor Doutor Joaquim Pais de Brito, director desta
instituição, teve a sua autorização para fazer o vídeo do desenvolvimento do
trabalho dentro do museu, que servirá de documento videográfico enquanto
testemunho desta actividade artística realizada em dezoito de Maio de 2013, dia
Internacional dos Museus.
No final deste desafio, os
artistas presentes ofereceram um pano pintado por todos, ao Museu Nacional de
Etnologia para as feituras das bonecas do sudoeste de Angola e divulgarmos
todos os créditos do museu na comunicação social e outros meios digitas ou
gráficos relacionados com esta actividade.
…
A exposição despertou tanto
interesse do público em geral durante quatro semas que doze dias após a sua
inauguração foram roubados quatro panos pintados que envolviam as árvores.
Foram colocadas novas pinturas para que a exposição/instalação continuasse completa
e igualmente interessante.
O que importa referenciar
neste presente momento, é que foi possível todos os intervenientes aprenderem
com esta experiência. O contacto com o museu e as suas peças artísticas e
etnográficas, a realização do atelier de artes plásticas no interior do museu
inspirando-se nas suas peças e ambiente, perceber como funcionam o público
neste museu, o público comum nas ruas e a forma como reagem perante a obra de
arte, a segurança destas obras no espaço público, como é que se pode criar
alternativas expositivas e atrativas sem se ficar condicionado ou dependendo da
disponibilidade das galerias e grandes salas de exposições que são
insuficientes para dar uma resposta positiva à tanta procura.
Portanto, o projecto Integração URB como
uma proposta alternativa tem futuro dentro do que são imensas possibilidades de
intervenção na cidade co contexto da arte urbana.