sábado, 20 de janeiro de 2018

A Arte Através dos Números


A Estatística é a ciência que nos indica através de números e a sua relação com eventos ou factos valores que nos permitem ler ou fazer previsão de soluções para problemas em diversas áreas da sociedade.

E pouco ou nada se sabe com rigor sobre o as artes plásticas santomenses em termos estatísticos ou o entendimento desta área profissional traduzidos em valores numéricos. Esta é uma grande oportunidade para a Plataforma Cafuka se dedicar a esse estudo para que melhor conheça, compreenda e procure soluções para os diversos problemas profissionais vividos pelos artistas santomenses residentes no país e no estrangeiro, assim como certificar-se do melhor contributo que os artistas podem dar para o desenvolvimento do país em termos económicos, artísticos e culturais.

Em 2017, o acompanhamento das actividades realizadas pelos aristas plásticos nacionais foram registadas com algum rigor nos permitindo ter uma visão muito realista do impacto que esta actividade artística tem na projecção da imagem cultural do país assim como o verdadeiro impacto na economia familiar desta classe profissional.

Então, observemos os seguintes valores registados no ano anterior:
Do total dos artistas santomenses dentro e fora do arquipélago, vinte e cinco artistas plásticos expuseram os seus trabalhos em público somando um total de trinta e uma exposições, das quais dez exposições individuais e colectivas foram realizadas em São Tomé e Príncipe.

Exposições: Alex-Keller Fernandes (1 Portugal), Eduardo Malé (3 França, STP e Portugal), Estanislau Neto (2 Portugal), Danilson Graça (1 Portugal), Dio Lima (1 Portugal), kwame (2 Portugal e STP), Valdemar Dória (4 Portugal), Osvaldo Reis (2 Portugal e STP), José Chambel (3 Espanha e Portugal), Alex-Keller Fernandes, Ismael Sequeira (3 Portugal), René Tavares (1 China), Guilherme Carvalho (1 Macau), Zemé ( 1 STP). Nuno Prazeres (1 Cabo Verde).
 A CACAU organiza o 2º SALÃO NACIONAL DE JOVENS ARTISTAS SANTOMENSES. Eva Tomé (1 Macau), Dario Carvalho (1 Portugal).

A Grada Kilomba realiza uma exposição individual do MAAT em Lisboa. Esta artista por ser simplesmente de origem santomense entrou para esta contagem embora o seu trabalho e o seu percurso criativo nada tem a ver com São Tomé e Príncipe.

Três artistas estiveram em residências artísticas em Portugal: O Osvaldo Reis em Lisboa, o Valdemar Dória e o Kwame Sousa estiveram no Algarve na criarem no s espaços da LAC.
Quatro artistas residentes no país deslocaram-se ao exterior: Osvaldo Reis E Kwame Sousa viajam para Portugal, Guilherme Carvalho para Macau e René para China.

Seis fotógrafos em 2017 expressivamente mostram que esta especialidade tem potencialidades para motivar a juventude santomense interessada em fotografia. Foram realizadas duas exposições individuais de fotografias e quatro colectivas. Uma individual de José Chambel em Espanha, duas em São Tomé e Príncipe; sendo uma individual de Dário Pequeno Paraíso na CACAU e outra colectiva de Popody Mpouo, Elzo Thunderstorm e Cristiano Dôndo no Centro Cultural Português em São Tomé.

A jovem fotografa Carla Rebelo vence concurso water4Islands.

Dos vinte e cinco artistas por nós observado, doze residem no estrangeiro e treze em São Tomé e Príncipe. Três trabalham por conta própria em Portugal e sete trabalham por conta própria em São Tomé e Príncipe.

Somente um escultor realiza uma exposição: O Zemé realiza a sua individual inovadora com esculturas em pedras locais encontradas na ilha de São Tomé.

Portugal é o país onde residem mais artistas a seguir de STP e onde mais actividades artísticas desenvolvem fora de país.

Os rendimentos pessoais dos que trabalham por conta própria rondam 6.000 € à 12.000 € (estimo) em que os rendimentos exclusivos da produção artística atinjam o máximo de 4.000 € por artista. (nem todos. Falta-me certificar esses valores).

Em conclusão, podemos afirmar que os artistas santomenses ainda não atingiram enquanto produto financeiro o nível médio de valor apetecível no mercado de arte, de forma que os mesmos tirem o melhor proveito das suas produções.
Os artistas santomenses ainda não conquistaram o mercado internacional.


quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Balanço 2017. Podemos fazer sempre melhor.


Iniciamos o novo ano de 2018 e a Plataforma Cafuka sente a necessidade de olhar para trás, analisar o seu percurso feito no ano anterior e observar de igual modo o estado da produção plástica santomense feita dentro e fora do país. Assim, este olhar inicia-se com o que a Plataforma Cafuka fez no ano que terminou.
O ano 2017 foi de capital importância porque terminou um ciclo de cinco anos após a sua fundação que permitiu a associação se organizar e instalar alguns meios que permitiram lançar alguns projectos. A “Comemoração dos cinco anos da Plataforma Cafuka” foi um evento de apresentação do caminho e de resultados obtidos á comunidade santomense em Portugal nesta meia década.

Depois deste encontro, seguiu-se a realização de exposições virtuais no site da Plataforma que consistiu em divulgar trabalhos e acompanhar as actividades criativas dos artistas plásticos santomenses. Nesta optica, ainda dentro do projecto artístico e editorial, deu-se os primeiros passos para a produção escrita própria para a alimentação web e a iniciação de estudos socio-artísticos dos nossos artistas e da cultura santomense.

A Plataforma Cafuka, como nos anos antecessores, continuou a desenvolver algumas das suas actividades com alguma entidades e organizações parceiras prestando apoio seja na divulgação ou contributos nas acções artística.  A Embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal, a Mén Nón – Associação das Mulheres de São Tomé e Príncipe em Portugal, a ACOSP, a Zebra – Cooperativa Cultural, a AAPLAS – Associação dos Artistas Plásticos Santomenses …

No presente ano, a associação gostaria de continuar a fazer parcerias com outras organizações, proporcionando o crescimento com parcerias congéneres ou não, que juntos pudessem realizar outros projectos culturais de interesses comuns. Porque acreditamos que só cresceremos mais se caminharmos juntos com os que nos rodeiam e é para isto é que servem as parcerias.   
É de destacar o encontro com personalidades no nosso universo cultural lusófono que incentivaram a Plataforma Cafuka a fazer o seu trabalho sempre com muita motivação: Carlos Almeida CA’mucuço, Delmar, Gonçalves, Olinda Beja, Filipe Santo, Carlos Bondoso, Silva Pereira, João Penetra, Xavier Pina…

A associação também observou o desenvolvimento das actividades artísticas em São Tomé e Príncipe da qual constatou que a pro-actividade dos artistas locais foram boas, resultando num total de 10 exposições colectivas e individuais distribuídas pelos habituais centros de divulgação das artes plásticas nacionais como o Centro Cultural Português, Centro Cultural Francês-Aliança Francesa de São Tomé e Príncipe e CACAU.

Houve de igual modo algumas oportunidades dos artistas residentes se deslocarem ao exterior e participarem em exposições individuais, colectivas em Portugal, China e Macau e residência artística em Portugal.

Em 2017 25 artistas santomenses participaram num total aproximado de 31 exposições, sendo seis exposições de fotografias realizadas em Portugal, Espanha e duas nas ilhas.
Registamos uma exposição de escultura em São Tomé e Príncipe e as restantes são de pintura realizadas tanto no arquipélago como no estrangeiro (Portugal, Macau, China, França).

A Plataforma Cafuka continua a observar e a mapear tanto o aparecimento de novos artistas de origem santomense, a informar-se sobre o que fazem dentro e fora do país e procura cada vez mais perceber e associar ideias relacionadas as migrações, comunidades, influencias, estéticas, identidade, empreendedorismo e inovação nas artes.
Para a melhor sistematização deste trabalho de observação do que fazem os artistas santomense, a Plataforma Cafuka baseia-se na divulgação das actividades artísticas destas tornadas públicas, que por sua vez são publicadas nas páginas Web e/ou do Facebook da associação, assim como as informações que são obtidas em contacto directo com os criadores.

Em conclusão, podemos reforçar a ideia de que as artes plásticas santomenses estão no bom caminho pelo auto-investimento que os autores fazem para a sua produção e promoção, mas reconhecendo também que até ao presente momento o estado santomense continua a não reconhecer que é importante a maior atenção na arte e cultura para que esta efectivamente contribua com a maior eficácia para o desenvolvimento do país.  

Para nós, a vida é sempre arte. Que 2018 seja mais arte para todos.