quarta-feira, 22 de maio de 2013

Africa Mostra-se, um desafio criativo.


A necessidade de África - ou da dita África lusófona - se mostrar ao mundo é, cada vez mais, um imperativo das diferentes disciplinas que compõem as artes. Imperativo esse partilhado pelos artistas da Plataforma CAFUKA, que entram, desta forma, num diálogo plural com os criadores desta geografia – a da língua  portuguesa.

Este projecto, desenvolvido a partir da mostra de cinema africano, propõe uma exposição de trabalhos de artistas africanos residentes em Lisboa e uma intervenção plástica sobre as árvores do quarteirão do Instituto Franco-Português. O tema Inspiração e Influência será o mote para debates sobre este assunto.

É, do conhecimento geral, que o cinema e as artes plásticas africanas não têm percorrido o mesmo caminho. Ao invés do cinema - que move infra-estruturas e recursos financeiros elevados, registando por isso uma menor produção - as artes plásticas expandem-se e orientam-se por outros meios. Esta facilidade, que não se limita apenas aos meios técnicos, abre espaço a um pensamento amplamente dominador, dinâmico e interveniente na sociedade, permitindo aos criadores experimentarem caminhos inovadores tanto no domínio material como no processo criativo.

A arte no exterior, na rua ou mais próxima do público é uma prática atual, pertinente para artistas que desejam ver a sua mensagem e/ou objetos artísticos chegar não apenas às massas, mas também aos media.

Atualmente, o recurso a materiais pobres ou efémeros nas Artes Plásticas - uma ideia amplamente desenvolvida durante todo o século XX -  é utilizado mais do que nunca na Europa, não apenas como elemento de experimentação, mas resultado da vivência que a crise internacional impõe. Esta falta de materiais convencionais não deve, no entanto, limitar a criatividade, mas sim estimulá-la, registando apontamentos ou orientações para novos caminhos e desafios.

Este grupo de artistas propõe, através destas propostas, desafiar tudo o que já fez e consolidar as experimentações daí resultantes.
Olhando de uma forma atenta e consciente para o cinema africano, a Plataforma CAFUKA percorrerá um caminho que se quer paralelo, tendo como sinergia o mesmo objeto, ou seja, uma observação cuidada dos problemas mais marcantes do mundo, e do espaço lusófono em particular.

Este grupo de artistas que reside e circula pelas urbes europeias - confrontando as suas vivências com as influências daí recebidas - tem como manifesto a intenção ambiciosa de exercer ou marcar a sua visão do mundo na cultura em que estão integrados, através de uma forte produção dos seus trabalhos nestas sociedades.

Utopia ou objetivo pensado, a Plataforma CAFUKA vai trabalhar neste sentido.
Objetivo pensado que procura cultivar pequenas parcerias com artistas, instituições similares e individualidades capazes de contribuir e dar o corpo a esta intenção de dinamizar uma produção estimulada por sonhos. Sonhos esses, utópicos ou não, que hão-de revitalizar os valores positivos da sociedade.

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